O profeta Daniel é bem conhecido por alguns episódios tremendos que viveu durante seu exílio na Babilônia, porém pouco se sabe, ou se ensina, sobre o profeta. Daniel interpretou sonhos, foi perseguido por adversários políticos poderosos, viu passar vários reis pelo país inicialmente governado por Nabucodonosor e foi um exemplo de fidelidade ao seu Deus.
Daniel foi um intercessor, uma pessoa que orava três vezes por dia e pedia a Deus por Seu povo. Certa vez Daniel recebeu uma revelação de Deus, que envolvia grande conflito e dizia respeito a fatos que aconteceriam a Israel em tempos bem posteriores aos dias de sua vida. Por três semanas Daniel orou a Deus pedindo a revelação do significado de tudo que lhe foi entregue.
Nessas três semanas, Daniel fez um tipo de jejum que muita gente desconhece: ele não comeu nada que lhe fosse desejável, veja: “Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas.” (Daniel 10:3). Daniel não ficou com fome durante três semanas, ele fez jejum de alimentos e bebidas de que gostava e também não se ungiu com unguento, ou seja, ele fazia sua higiene pessoal normalmente, só não se perfumava.
Jejum não é sinônimo de ausência de alimentação, é um sacrifício que fazemos para dominar a carne e nesse sentido, é plenamente aceitável, e até recomendável, que nosso jejum seja a abstinência de alimentos saborosos, ou de algum tipo de lazer, ou até de fazer compras supérfluas, de coisas que não precisamos para viver. É preciso usar sua inteligência até para jejuar.
Pois bem. Depois de três semanas Daniel estava frustrado, Deus ainda não havia respondido sua oração, parecia não ter ouvido suas palavras, ele estava sofrendo a mesma dor que sentimos quando Deus parece não nos ouvir, mas Ele nos ouve e nos responde.
Quando Daniel estava nas margens do rio Hidequel, no antigo Império da Babilônia, ele teve a visão de um homem vestido de linho, cingido de ouro fino. Somente Daniel teve tal visão, os homens que o acompanhavam (porque Daniel era uma autoridade no reino de Ciro e tinha servos que cuidavam de sua segurança), não viram nadinha, mas sentiram um grande temor e fugiram. Daniel ficou, mas estava tremendo da cabeça aos pés e sem força alguma.
Daniel apenas ouviu o som das palavras do homem vestido de linho, porque ele caiu seu rosto num profundo sono. Uma mão o tocou e fez com que ele ficasse de joelhos, com as palmas das mãos no chão. Aquele ser espiritual disse a ele: “Daniel, homem muito amado, entende as palavras que vou te dizer, e levanta-te sobre os teus pés, porque a ti sou enviado.” (Daniel 10:11a). Daniel levantou, mas ainda estava tremendo mais que gelatina em prato raso.
Outra vez o anjo falou a Daniel e disse: “Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia.” (Daniel 10:12-13).
Um anjo estava falando com Daniel e ele disse que Deus respondeu sua oração desde o primeiro dia em que Daniel jejuou e orou a Deus pedindo a compreensão das coisas a ele reveladas, porém o príncipe do reino da Pérsia não deixou o mensageiro de Deus passar e isso por vinte e um dias.
O anjo não estava falando de um reino humano, embora a Pérsia fosse precisamente o país onde estava Daniel, ele falava de uma batalha espiritual, que aprisionou o anjo de Deus por vinte e um dias e foi preciso Deus enviar Miguel, um dos primeiros príncipes no céu, para ajudar o anjo mensageiro a passar pelo inferno e entregar a resposta da oração de Daniel. Tudo o que aconteceu foi apenas no reino espiritual, isso fica bem claro no texto.
Isso também acontece com as respostas de nossas orações. Muitas vezes Deus responde nossos pedidos logo no primeiro dia, mas o diabo manda um príncipe do inferno resistir ao anjo da resposta. Por vinte e um dias o anjo mensageiro ficou preso pelo inferno e o número vinte e um é o número da revelação divina. Na verdade dois mais um é três que é o número da Trindade de Deus, o que significa dizer que esse tempo que o anjo ficou preso corresponde ao tempo de Deus, para revelar Sua Soberana Vontade, para provar as intenções dos corações, para cumprir Seu tempo na vida de Seus servos.
Nenhuma oração sincera deixa de ser respondida por Deus, porém algumas coisas podem interferir em nossa comunicação com a resposta do Senhor. Algumas vezes é o próprio diabo que tenta (sempre em vão) impedir a bênção do Senhor em nossas vidas. Outras vezes somos nós mesmos que nos tornamos empecilhos para receber nossa bênção, claro que de forma involuntária.
Impedimos a bênção do Senhor em nossas próprias vidas quando alimentamos a carne e suas obras, em detrimento do fruto do Espírito que deve transbordar em nossas atitudes e ações. Impedimos nossa bênção, quando nosso pedido não visa a glória de Deus, antes, pretende satisfazer desejos inconfessáveis.
Daniel buscou a compreensão de uma bela revelação que ele recebeu e que dizia respeito a Israel, ao reino medo-persa que seria dissolvido pelos gregos e sobre o Império Romano que dominaria Jerusalém. Algumas profecias de Daniel dizem respeito aos tempos do fim e merecem um artigo próprio.
Deus só respondeu a Daniel, porque ele orou, jejuou e dispôs seu coração a entender a mensagem do Senhor, Isso nos ensina que devemos jejuar, orar e buscar sabedoria do Senhor para receber a o anjo da bênção, que sempre traz vitória e conquistas da parte de Deus para nós.
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